Vaso - Deia Leal - Acervo do Acadêmico Manoel Hygino
POEMAS de J.B.Donadon Leal *
CONQUISTA
Embriagado de você
o vulto da paixão que vaga
dentro do meu peito
arrebenta-se na sombra cega
dos meus olhos castanhos
por ganhos de um fruto
no alto da galha que não tenho.
o vulto da paixão que vaga
dentro do meu peito
arrebenta-se na sombra cega
dos meus olhos castanhos
por ganhos de um fruto
no alto da galha que não tenho.
Embriagado de você
meus membros sentem a vaga
luz do lume do seu jeito;
arrebata-se no furor que cega
seu verde luzir em estranhos
golpes de fuga do olhar bruto
como água da talha que tomar não venho.
meus membros sentem a vaga
luz do lume do seu jeito;
arrebata-se no furor que cega
seu verde luzir em estranhos
golpes de fuga do olhar bruto
como água da talha que tomar não venho.
Embriagado de você
meu verso pede rima e adaga:
uma sonoriza outra rompe o feito;
acomoda-se: tudo aceita, tudo nega,
numa infinda entrega, como sais nos banhos.
E me dissolvo sem me ver destruto
na lassa falha de amar; meu fim desenho.
meu verso pede rima e adaga:
uma sonoriza outra rompe o feito;
acomoda-se: tudo aceita, tudo nega,
numa infinda entrega, como sais nos banhos.
E me dissolvo sem me ver destruto
na lassa falha de amar; meu fim desenho.
***
APRENDER A APRENDER
A bruma da manhã
testa a paciência do dol
ao interferir na monotonia.
O sol, olho didata,
de privilegiado lugar
sabe-se diferente a cada segundo
em seu ludismo
de rolar a terra incessante
e esconder de si a nuvenzinha tola
que de dorso frio na altura
chora chuva fina e se vai
abrigar na pele aconchegante da terra
pra no lago quente se brumizar de novo
e brincar de esconder o sol
que rola a terra ensinando
aprender a aprender a diferença infinita
na monotonia aparente do sistema.
A bruma da manhã
se testa na paciência do sol:
ferem juntos a sucessão circunferente
num lúdico e diuturno aprender.
A bruma da manhã
testa a paciência do dol
ao interferir na monotonia.
O sol, olho didata,
de privilegiado lugar
sabe-se diferente a cada segundo
em seu ludismo
de rolar a terra incessante
e esconder de si a nuvenzinha tola
que de dorso frio na altura
chora chuva fina e se vai
abrigar na pele aconchegante da terra
pra no lago quente se brumizar de novo
e brincar de esconder o sol
que rola a terra ensinando
aprender a aprender a diferença infinita
na monotonia aparente do sistema.
A bruma da manhã
se testa na paciência do sol:
ferem juntos a sucessão circunferente
num lúdico e diuturno aprender.
***
VOZ DE POETA
Minha voz de poeta
Silenciosa
Se diz em meditação.
Silenciosa
Se diz em meditação.
Minha voz de profeta
Licenciosa
Se diz maldição.
Licenciosa
Se diz maldição.
Minha voz monifesta
Ditosa
Se diz a foz do não.
Ditosa
Se diz a foz do não.
Enquanto minha voz discreta
Irrompe do peito o tom do trovão
Águo a ira inda pupa no aguardo
Do pecado já cometido
No dia do juízo
No dia preciso
Diante da luz
Terna
Do relâmpago artificial
Na rede elétrica da minha bondade.
Irrompe do peito o tom do trovão
Águo a ira inda pupa no aguardo
Do pecado já cometido
No dia do juízo
No dia preciso
Diante da luz
Terna
Do relâmpago artificial
Na rede elétrica da minha bondade.
Minha voz de sóis completa
Copiosa
Sua raiva dos traços da mão.
Copiosa
Sua raiva dos traços da mão.
Haja voz, nós das gargantas,
Sazonal humor qual céu de verão,
Minha voz de poeta
Deleitosa
Toca as linhas do coração.
Sazonal humor qual céu de verão,
Minha voz de poeta
Deleitosa
Toca as linhas do coração.
In: Aldravismo – a literatura do sujeito. Ed. Aldrava Letras e Artes, 2002.
* Jornalista, ensaísta, poeta e editor. Doutor em Semiótica pela USP - Pós-doutor em Análise do Discurso -UFMG
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