quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

POEMAS DE ELIZABETH RENNÓ





Nanquim sobre papel cartão - Deia Leal - coleção: Traços Coloridos

VIDA

Elizabeth Rennó - Presidente da AMULMIG

Amanheço rosas
E respiro antúrios
Percebo dálias
E aspiro lírios

Resplandeço violetas
E miosótis azuis
Ao bordejar canteiros
De amores-perfeitos

Perpétuas marcas
De cravos róseos
Solidários crisântemos
Encastoados verdes

Anoiteço gestas
De fúnebre tom
Sufoco agapantos
Sofro delírios malmequeres.


DESTINO

Elizabeth Rennó - Presidente da AMULMIG


Das brumas de minha infância
De névoa envolta
Etérea e mágica
Ebúrnea e ascética
Sem dor ou ânsia
Ela vem e esvoaça
Evola e volta
Em seu vulto de garça.

Da passagem nebulosa
De uma visão imprecisa
Sinto apenas sua ausência
Que sem se tornar presença
Deixou apenas marcada
Uma esteira constelada
Em trilha tão indecisa
Que ficou logo apagada.

E eu cego ante a brancura
Que lhe vestia a doçura
Não percebi timoneiro
Sem bússola guia ou roteiro
Através do nevoeiro
Segui por outro caminho
Sem luzes ou passarinho.


CREPÚSCULO


Elizabeth Rennó - Presidente da AMULMIG

Tímido
o azul esmaece
escurece
e se torna gris
mais escuro
negro atro
no vazio da cor

E assim
mergulha profundo
o peso do mundo
e cai
sobre o Eu
e o esmaga.


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