quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Janeirando com poesia nas "Nossas Gerais"

Imagem enviada pela Acadêmica Vilma Cunha Duarte - Sem legenda


Janeirando com poesia nas "Nossas Gerais"                 Vilma Cunha Duarte

A vida da gente parece um seriado com episódios inéditos e imprevisíveis. Sem direito a vale a pena ver de novo.
Se pudéssemos ter o roteiro nas mãos, pularíamos certamente, aqueles capítulos de sofrer... chorar... cair... quebrar a cara ... machucar o coração...
Inda mais coração de poeta e mineiro ainda por cima.
E a experiência? Conquistá-la  como? Fica difícil crescer sem os tombos do dia a  dia.
Começo de ano, (janeiro já se vai desembestado),  é tempo de prometer um montão de coisas,  priorizar metas, estabelecer objetivos, mexer nos armários, enfrentar gavetas, ter ou não ter coragem de jogar fora um pouco da história pessoal.
Revirando o desarrumo  da papelada, que cresce fora do controle da atenção, embrulhando lembranças com fitas cor-de-rosa, esbarrando na cara da juventude que ficou plasmada no retratinho preto e branco, relendo textos tão diferentes,  deixo o dia acabar mansinho e molhado, de encomenda para o coração.
Aquele que todo mundo conhece, cita  ou  reescreve: - de    viver novamente a própria vida - apesar de velho e reprisado ainda consegue  me tirar as emoções do lugar.
E se nos empenhássemos em viver ousando muito mais no tempo que ainda temos? Ir com a cara  e a coragem para  descobrir um jeito de ser muito mais feliz.
Não bisar as mesmas trapalhadas nos desamores, já  seria um progresso e tanto. A área anda tão complicada, que quando se descobrir que a fantasia da busca,  vezes sem conta é muito  mais interessante que a realidade sem retoque,  corações ansiosos vão serenar.
Passo os olhos nos livros de tanto tempo, mas sei que o final feliz continua lá.  Pra gente que não  mora naquelas páginas encantadas, é muito complicado. No script de todos nós não vem o último capítulo de  dar tudo certo, tampouco os especiais de cortar e editar a bel-prazer.
No real, tudo tem um ônus.
Do convívio de qualquer laço, riscaram  o incondicional.
De graça, virou piada no capitalismo selvagem das emoções.
Há que se descobrir uma maneira de quitar as penas do coração e acertar os números  do amor.
Aceitar de bem-se-querer, quitando cobranças pessoais  antigas e desconhecendo novas. 
Quem sabe, escrever episódios possíveis de contracenar.
Produzir séries de combinações e imagens para colorir as telas do cotidiano.
Monólogos todo dia são tristes de doer.
Deixar o coração escrever...
O meu cismou que é primavera. Nem liga pra calendário. Sabe de cor que ano acaba , mal começou.
Só pensa e  enxerga flores. Deve ser coisa da chuvarada. Minha terra virou jardim.
Honrando o nome,  também a jardineira do apê. Cenário  poético para os ensaios da minha  vez. Com uma braçada de “beijinhos,” ela cumprimenta e consola os atores das peças diárias.
Da jardineira florida vejo o riso da infância, a juventude usando e vivendo as suas modas e as pessoas grandes nas falas  apaixonantes de errar ou acertar.
No horizonte infinito, onde a alegria e suas irmãs desenham o arco-íris poetizando  o milagre de existir, repouso o espírito para estudar atentamente o meu papel e improvisar  se for preciso,  para ser feliz quando puder.  
Lindo, exuberante e esfuziante, ele decerto é um sorriso do céu.

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