Energia liberada pelas mãos
Cesar Vanucci *
“Energia liberada pelas mãos
consegue curar malefícios.”
(Conclusão de pesquisa do cientista Ricardo Monezi)
Volta
e meia acontece. Lançando-se com toda gana de alpinistas resolutos na escalada
das pesquisas feitas com o propósito de obtenção de novos entendimentos sobre o
sentido das coisas, os cientistas se deparam, deslumbrados, ao atingirem o topo
da montanha, com os vestígios intrigantes da passagem por ali, precedendo-os,
de pensadores comprometidos com a divulgação da sabedoria mística.
As
descobertas científicas, acabam, nesses casos, confirmando o que já vinha sendo
propagado há muito, em círculos restritos. E que, costumeiramente, vem de ser
recebido com descrença e, até mesmo, zombaria, pra dizer pouco, em setores
amplos da sociedade. A história humana é carregada de registros dessas
precedências místicas às comprovações cientificas. Projetando posições
vanguardeiras, algumas dessas revelações antecipatórias revolveram conceitos,
causaram ebulição, arrotaram incompreensões, desnudaram reis, desmontaram
paradigmas bolorentos. Mas todo esse colossal esforço de sensibilização
intelectual pela releitura dos acontecimentos cobra, via de regra, pesado
tributo dos que cometem a ousadia de questionar as “verdades” estratificadas do
“conhecimento consolidado”, erigidas como dogmas de fé. As labaredas
inquisitoriais, de modo prático e em sentido figurado, representaram para muita
gente, desde sempre, a única “recompensa” auferida pela reinterpretação de
lances marcantes da aventura humana, dados pelo “saber dominante” como definitivamente
solucionados. Acontece que este nosso mundo velho de guerra, regido por
formulações assimétricas, comporta variáveis sem conta, não percebidas aos
primeiros olhares investigativos. Nascem aí interrogações para as quais não se
encontram respostas prontas. E, quando encontradas, as respostas tendem a
provocar incredulidade.
Estas
singelas considerações entram aqui a propósito das conclusões de uma pesquisa
recente da USP (Universidade de São Paulo) e Unifesp (Universidade Federal de
São Paulo). Não sei ao certo mas, com toda certeza, as duas respeitáveis
instituições não terão sido as primeiras a chegarem aos resultados anunciados.
Estudo desenvolvido nos últimos anos comprovou que a energia liberada pelas
mãos encerra o poder de curar qualquer tipo de mal estar. O trabalho foi
elaborado com base em técnicas manuais conhecidas: os célebres “passe” e
“imposição de mãos”, assimilados nos rituais de algumas vertentes religiosas; o
“johrei”, empregado pela Igreja Messiânica. As avaliações de tais processos de
emissão energética começaram há 12 anos, tema de mestrado de um pesquisador da
Faculdade de Medicina da USP, o cientista Ricardo Monezi. Coube a ele a
iniciativa de investigar os possíveis efeitos da prática da imposição das mãos.
“Meu interesse pelo assunto veio de vivência própria, já que a técnica do
“Reiki” havia me ajudado a sair de uma crise de depressão”, assinala o
pesquisador. Examinando a fundo os efeitos das aplicações de energia manual em
camundongos, foi possível observar um notável ganho de potencial das células de
defesa do animal contra a progressão de tumores.
Além
dos efeitos fisiológicos, foram observados também efeitos psicológicos. De tudo
isso adveio a constatação de que a imposição de mãos é capaz de liberar energia
que proporcione bem-estar. O pesquisador argumenta que “a ciência chama tais
energias de “energias sutis” e considera que o espaço onde estas se acham
inseridas esteja próximo às frequências eletromagnéticas de baixo nível”. Na
notícia divulgada a respeito desses estudos de mestrado e doutorado, que
abrangeram também avaliações com pessoas idosas portadoras de estresse,
assinala-se que as práticas redundaram em redução de tensões e de sintomas de
ansiedade e depressão, além de revigorante relaxamento mental e corporal.
Outras investigações dentro dessa linha vêm sendo procedidas pelos
pesquisadores.
Não
resisto à tentação, por derradeiro, de registrar, como fruto de observações
pessoais de algumas décadas, na mera condição de investigador solitário dos
chamados “fenômenos transcendentes”, que os interessantes resultados dessa
inspirada pesquisa das duas universidades paulistas não me trazem surpresa
alguma. O que consegui acumular, nesses anos todos, em informações a respeito
do fascinante assunto dá pra compor uma sequência bastante extensa de artigos.
* Jornalista
(cantonius1@yahoo.com.br)
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