domingo, 24 de junho de 2012


Energia liberada pelas mãos
Cesar Vanucci *

“Energia liberada pelas mãos consegue curar malefícios.”
(Conclusão de pesquisa do cientista Ricardo Monezi)

Volta e meia acontece. Lançando-se com toda gana de alpinistas resolutos na escalada das pesquisas feitas com o propósito de obtenção de novos entendimentos sobre o sentido das coisas, os cientistas se deparam, deslumbrados, ao atingirem o topo da montanha, com os vestígios intrigantes da passagem por ali, precedendo-os, de pensadores comprometidos com a divulgação da sabedoria mística.
As descobertas científicas, acabam, nesses casos, confirmando o que já vinha sendo propagado há muito, em círculos restritos. E que, costumeiramente, vem de ser recebido com descrença e, até mesmo, zombaria, pra dizer pouco, em setores amplos da sociedade. A história humana é carregada de registros dessas precedências místicas às comprovações cientificas. Projetando posições vanguardeiras, algumas dessas revelações antecipatórias revolveram conceitos, causaram ebulição, arrotaram incompreensões, desnudaram reis, desmontaram paradigmas bolorentos. Mas todo esse colossal esforço de sensibilização intelectual pela releitura dos acontecimentos cobra, via de regra, pesado tributo dos que cometem a ousadia de questionar as “verdades” estratificadas do “conhecimento consolidado”, erigidas como dogmas de fé. As labaredas inquisitoriais, de modo prático e em sentido figurado, representaram para muita gente, desde sempre, a única “recompensa” auferida pela reinterpretação de lances marcantes da aventura humana, dados pelo “saber dominante” como definitivamente solucionados. Acontece que este nosso mundo velho de guerra, regido por formulações assimétricas, comporta variáveis sem conta, não percebidas aos primeiros olhares investigativos. Nascem aí interrogações para as quais não se encontram respostas prontas. E, quando encontradas, as respostas tendem a provocar incredulidade.
Estas singelas considerações entram aqui a propósito das conclusões de uma pesquisa recente da USP (Universidade de São Paulo) e Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Não sei ao certo mas, com toda certeza, as duas respeitáveis instituições não terão sido as primeiras a chegarem aos resultados anunciados. Estudo desenvolvido nos últimos anos comprovou que a energia liberada pelas mãos encerra o poder de curar qualquer tipo de mal estar. O trabalho foi elaborado com base em técnicas manuais conhecidas: os célebres “passe” e “imposição de mãos”, assimilados nos rituais de algumas vertentes religiosas; o “johrei”, empregado pela Igreja Messiânica. As avaliações de tais processos de emissão energética começaram há 12 anos, tema de mestrado de um pesquisador da Faculdade de Medicina da USP, o cientista Ricardo Monezi. Coube a ele a iniciativa de investigar os possíveis efeitos da prática da imposição das mãos. “Meu interesse pelo assunto veio de vivência própria, já que a técnica do “Reiki” havia me ajudado a sair de uma crise de depressão”, assinala o pesquisador. Examinando a fundo os efeitos das aplicações de energia manual em camundongos, foi possível observar um notável ganho de potencial das células de defesa do animal contra a progressão de tumores.
Além dos efeitos fisiológicos, foram observados também efeitos psicológicos. De tudo isso adveio a constatação de que a imposição de mãos é capaz de liberar energia que proporcione bem-estar. O pesquisador argumenta que “a ciência chama tais energias de “energias sutis” e considera que o espaço onde estas se acham inseridas esteja próximo às frequências eletromagnéticas de baixo nível”. Na notícia divulgada a respeito desses estudos de mestrado e doutorado, que abrangeram também avaliações com pessoas idosas portadoras de estresse, assinala-se que as práticas redundaram em redução de tensões e de sintomas de ansiedade e depressão, além de revigorante relaxamento mental e corporal. Outras investigações dentro dessa linha vêm sendo procedidas pelos pesquisadores.
Não resisto à tentação, por derradeiro, de registrar, como fruto de observações pessoais de algumas décadas, na mera condição de investigador solitário dos chamados “fenômenos transcendentes”, que os interessantes resultados dessa inspirada pesquisa das duas universidades paulistas não me trazem surpresa alguma. O que consegui acumular, nesses anos todos, em informações a respeito do fascinante assunto dá pra compor uma sequência bastante extensa de artigos.

* Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

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