segunda-feira, 11 de junho de 2012

A Dança do Vento
Vilma Cunha Duarte 
 
Quieta no meu cismar
Vejo as artes do vento
Que assobia que dança
Na coreografia  tão sua
De  provocar  natureza

Acorda  dia preguiçoso
Refrescado com orvalho
De beijos da noite amante
Venta setembro calorento
Desflorando a primavera

Tomba frutos condenados
Levanta braços de árvores
Sopra voraz  folhas mortas
Dançando  ballet diferente
Para quem sente a  poesia

O vento ousado  toca-me
Acariciando  lembranças
Acordando  as  saudades
Dormideiras no coração
Abraçadas no meu amor
 
 
Faça assim
Fácil resolver os problemas dos outros.  Complicados são os pessoais. Já recebeu a receita milagrosa para lidar com uma situação de estresse e o kit - Solução tiro e queda -?
Acontece toda hora, com a melhor das intenções. Uma pena não funcionar.

Famílias mudam apenas de nome e endereço, repete o lugar-comum.
Situações parecidas fazem parte de todas, mas a individualidade dos membros não bate com receitas pré-fabricadas.

Se os homens tivessem ou viessem com um manual, a vida seria um mar de rosas, pede a palavra novamente, o desgastado lugar-comum.

A experiência guardada nos compartimentos dos muitos anos vividos vai enxugando textos exagerados que a fantasia escreve para a ilusão insensata.

Cada pessoa é o que é sem tirar nem pôr. O peso maior das insatisfações fica nas costas do desejo de mudar o outro. Nasceu assim vai morrer assim, intromete-se o lugar-comum de novo.

Tampouco o curso da vida. Quem pode mudar um milésimo de segundo do seu tempo?
Ou uma vírgula do que lhe está predestinado?

Então, o jeito é dar um jeito de aclamar os dias que o sujeito ainda tem, do jeito que der.
Jeito demais? Concordo. Redundância cansativa.

É assim que gente grande faz. Repete-se frequentemente. As mesmas coisas...os mesmos erros...
Reduzindo a graça de viver a um reprisado e melancólico lugar-comum.

Problemas fazem parte da vida e soluções também.
Não sair deles, isso sim, é um desperdício de momentos felizes.

Se tentássemos imediatamente, desatar nossos nós como se estivéssemos desatando os dos outros, já não seria um afinado começo de cantiga?

Tem hora, que a barra pesa mesmo. Não é só a sua. Todo mundo enfrenta seus pedaços. Impossível trocar as cargas. Elas vêm com prazo de validade individual.

Viver com mais leveza pode ajudar e muito.

Quem sabe, desligar um pouco a boca da televisão com suas falas desgracentas.

Descansar das políticas e dos políticos imprevisíveis, de surpreender e decepcionar.

Perdoar tudo que amarga no fígado, entope veias e adoece o coração.

Não reviver momentos ruins em prosas pessimistas.

Cantar músicas de lembranças venturosas, assoviar canções bonitas, dançar a vida.

Ver os dois lados de tudo que acontece, e guardar o mais positivo.

Dar-se conta que é lua cheia no manto tecido com prata e bordado com estrelas no céu.

Descobrir em si mesmo e nos semelhantes bons motivos de tentar ser feliz.

Agradecer por tudo, todos e principalmente, a Deus.

Abrir a janela para o sol, ver a manhã virar tarde nos afazeres benditos, e sossegar na noite de  sair... de amar...de dormir...
Faça assim!

Nenhum comentário:

Postar um comentário