Imagem enviada pela Acadêmica Vilma Cunha Duarte
Simplicidade
Vilma Cunha Duarte
Bem que a vida da gente poderia ser de vez em quando, capítulo de final de novela.
Bastava um chega pra lá na realidade sem retoque, pra viver tudo de bom com mentirinha.
Cifras astronômicas são gastas para vender ilusões em conta-gotas aos milhões e milhões de viciados na telinha, na hipnose benfazeja de esquecer as inquietações do dia a dia.
Nas tramas diárias finge-se desconhecer o óbvio ululante e o povão fiel e cúmplice na poltrona, garante o ibope milionário dos vendedores de fantasias.
Por inverossímil que pareça, tem gente que ainda confunde a ficção com o real.
O vilão leva bordoadas de verdade e verbais na rua, enquanto o galã ganha o altar e é adorado como o milagreiro da carência coletiva.
A simplicidade de viver e pensar mesmo morando na selva de pedra, encanta e comove-me.
Os privilegiados do grupo em extinção passam pela vida imunes à angústia generalizada, tirando de letra todo o proveito de ser feliz.
Os simples são otimistas por natureza, amam descomplicados, têm uma fé inabalável, são da paz e de bem com o mundo.
Para eles a humanidade é uma confraria fraterna, e Deus o paizão, que tudo pode, decide e provê.
Seus olhos carregam uma luminosidade atraente e santa, decerto, porque enxergam milagrosamente, a essência da criação.
Pouco se lhes dá se outros transformam chuviscos em tempestades, competem feito idiotas, cobiçam o alheio descaradamente, vivendo em estado constante de insatisfação.
Os simples são puros em pensamentos, palavras e ações.
Repartem o seu pouco no maior desapego do mundo, morrendo de sede nas secas, afogados nas inundações, porque sabem de cor todas as lições do amor incondicional.
Não leram os tantos compêndios, no entanto, falam as sábias palavras sem compromisso com a linguagem apurada ou regras gramaticais.
A ignorância inocente, talvez seja escudo contra a dor universal.
Gostaria muito de morar na "Colônia da Simplicidade", se a achasse.
Mas vi contar que o visto de entrada, não é fácil. Tem de se chegar lá, pagão dos pecados de sobreviver no meio dos sabichões.
Se despojar-me valesse, confessaria minhas faltas tão comuns e encontraria lá, quem sabe, o meu canto de novo.
Levantar-me-ia com o sol, plantaria flores, deixaria a chuva escorrer pelo meu rosto como um choro gigante de libertação, tomaria banhos demorados na cascata da lua cheia, e enquanto o céu fosse estrelejando com faíscas poéticas cor de prata, eu escreveria um roteiro para os imaculados de coração.
Era uma vez...
a última tribo dos bem-aventurados.
Bastava um chega pra lá na realidade sem retoque, pra viver tudo de bom com mentirinha.
Cifras astronômicas são gastas para vender ilusões em conta-gotas aos milhões e milhões de viciados na telinha, na hipnose benfazeja de esquecer as inquietações do dia a dia.
Nas tramas diárias finge-se desconhecer o óbvio ululante e o povão fiel e cúmplice na poltrona, garante o ibope milionário dos vendedores de fantasias.
Por inverossímil que pareça, tem gente que ainda confunde a ficção com o real.
O vilão leva bordoadas de verdade e verbais na rua, enquanto o galã ganha o altar e é adorado como o milagreiro da carência coletiva.
A simplicidade de viver e pensar mesmo morando na selva de pedra, encanta e comove-me.
Os privilegiados do grupo em extinção passam pela vida imunes à angústia generalizada, tirando de letra todo o proveito de ser feliz.
Os simples são otimistas por natureza, amam descomplicados, têm uma fé inabalável, são da paz e de bem com o mundo.
Para eles a humanidade é uma confraria fraterna, e Deus o paizão, que tudo pode, decide e provê.
Seus olhos carregam uma luminosidade atraente e santa, decerto, porque enxergam milagrosamente, a essência da criação.
Pouco se lhes dá se outros transformam chuviscos em tempestades, competem feito idiotas, cobiçam o alheio descaradamente, vivendo em estado constante de insatisfação.
Os simples são puros em pensamentos, palavras e ações.
Repartem o seu pouco no maior desapego do mundo, morrendo de sede nas secas, afogados nas inundações, porque sabem de cor todas as lições do amor incondicional.
Não leram os tantos compêndios, no entanto, falam as sábias palavras sem compromisso com a linguagem apurada ou regras gramaticais.
A ignorância inocente, talvez seja escudo contra a dor universal.
Gostaria muito de morar na "Colônia da Simplicidade", se a achasse.
Mas vi contar que o visto de entrada, não é fácil. Tem de se chegar lá, pagão dos pecados de sobreviver no meio dos sabichões.
Se despojar-me valesse, confessaria minhas faltas tão comuns e encontraria lá, quem sabe, o meu canto de novo.
Levantar-me-ia com o sol, plantaria flores, deixaria a chuva escorrer pelo meu rosto como um choro gigante de libertação, tomaria banhos demorados na cascata da lua cheia, e enquanto o céu fosse estrelejando com faíscas poéticas cor de prata, eu escreveria um roteiro para os imaculados de coração.
Era uma vez...
a última tribo dos bem-aventurados.
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