Série - Traços Coloridos Aldravistas - Flores - Deia Leal
Dois sonetos da "Lira libertada" - Acadêmico Daniel Antunes Júnior
A mulher e a flor
A mulher, com todo o seu esplendor,
Cheia de vida, atraente e amorável,
Espelhando o encanto de uma flor
Na sua tessitura incomparável,
Atrai e leva o homem à sua jaça
E o cativa, poderosa e tentadora,
Com os embalos de sua graça.
Mas, para ser sempre sedutora
Pois tudo é bom enquanto dura,
Terá que renovar-se no seu fulgor
A cada dia, assim como quem procura
O elixir da juventude e do eterno amor.
Se não o fizer, - Oh, que loucura!
Decerto fenecerá como a própria flor...
O milagre do meu sertão
Quando, em meu sertão, de dentro da terra
Sobe o ar abafado, quente e trepidante
E tão logo das quebradas da serra
Ribomba nostálgico o trovão distante,
Nuvens carregadas cobrem o céu profundo
E com a ansiada virada do tempo
Banham o solo adusto, mas fecundo
Trazendo à paisagem festejado alento.
É o milagre perene, sempiterno,
Que transforma da noite para o dia
Toda natureza do meu sertão fraterno.
Nessa fonte de vida, com euforia
O grande espetáculo, franco e terno
Transborda os corações de paz e alegria
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