Anjo Redentor - Deia Leal
Doze trovas para o seu Natal
Newton VIEIRA*
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Embora meu verso cante Quis Deus, em altos arcanos
também o que não perfilhas, que a mente a sós não alcança,
aceita, Jesus Infante, manifestar-se aos humanos
meu berço de redondilhas! na pequenez da Criança.
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“Darás à luz!” – anuncia No Natal, mediante o sim
alguém do Eterno oriundo. da mais pura entre as mulheres,
Diz “Sim!” a Virgem Maria o teu Deus de amor sem fim
e muda a história do mundo! deu-te o Filho. Que mais queres?!
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Ironia do destino: Na manjedoura, pequeno,
em Belém – casa do pão – chora o assustado Jesus...
certa vez, o Pão Divino Sobre seu berço de feno
não achou abrigo, não! paira o fantasma... da Cruz!...
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Natal... E a gente acredita Papai Noel... Quem se atreve
num mundo menos atroz a duvidar se ele traz
porque a esperança bendita naquelas barbas de neve
renasce dentro de nós. o doce eflúvio da paz?
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Agora adulto, eu constato: Outro Natal... E não passa,
– era o Natal mais risonho mãe, a saudade dorida
quando eu punha, num sapato, de quando a ceia era escassa,
um mundo... feito de sonho!... mas teu amor – sem medida!
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Por um Natal diferente Feliz Natal, com certeza,
meu coração muito anseia: tu só verás, meu irmão,
Natal de Cristo... O presente? se o pão que sobra em tua mesa
Ninguém de fora da Ceia!... chegar às mesas sem pão.
*O autor é membro da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, onde ocupa a Cadeira cujo Patrono é o poeta e filósofo Padre Celso de Carvalho. Reside em Curvelo
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