BI (ca) LHETE
(DO TEU JUÍZO) Final
Gabriel Bicalho
Nenhuma inspiração na tal roseira
ou gritos de garis abrindo o poema.
Nenhum morto, enforcado na goteira
de teus pingos nos “is” e que não trema.
Quem vem de lá, mestrinho, vindo à beira,
pondo susto no rio enquanto rema,
afogando no texto a voz primeira,
com esses baldes de bruma sobre o tema?
A mão de Deus que do infinito desça,
a espremer-me as idéias na cabeça
ou puxar-te as orelhas, velha criança!
Duzentos olhos baços de esperança
e três eternidades de promessa,
a escrever teu soneto por vingança!
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