sábado, 11 de fevereiro de 2012

Textos da Acadêmica Vilma Cunha Duarte

Gastar os dias                                      Vilma Cunha Duarte

Há muita gente de mal com a vida na hora e lugares errados.
Coragem com determinação! Eis uma receita e tanto para a cura da insatisfação pessoal.
Enquanto se respirar livre de bloqueios nos caminhos do oxigênio vital, e a lucidez garantir as boas decisões, nada segurará a criatividade para produzir maravilhas, à moda e aos desejos de cada um.

Pintar e bordar os dias com a inspiração dos talentos pode ser a resposta agradecida à dádiva de tê-los de presente, misericordiosamente, sem pedir.
Idade? Invenção burocrática de marcar o tempo no cartório e desculpa descarada para espichar o desastre do sedentarismo com o controle remoto na mão. Cora Coralina e outros coroas espetaculares que o digam!
 
Crianças brincando a infância, moços lutando a vida, escudados na juventude, e velhos carregando o peso dos anos aliviado na experiência.
Todos um potencial de surpresas boas na sanha de produzir.
Misturando minhas palavras perco a noção dos tique-taques acelerados na mesmice de contar segundos, minutos, horas, dias e anos, sem notar a indiferença do tempo às suas marcações.

Benditas palavras que pulando do coração caem em prosa e versos no colo de tantos vocês.
Impressas em jornais, livros e antologias comuns ou virtuais, deixam de me pertencer assim que as liberto.
Autor algum é dono dos seus rebentos após o parto mágico da criação.
Minha história de amor com as palavras tem a idade de mim.
Creio firmemente, que Deus me deu as palavras enfeitando o presente da a vida, para encouraçar-me na poesia,  lutar  meus combates encarando  o dia a dia.
 
Por mistérios que não sei explicar olho a lua e sou inundada por cascatas prateadas de palavras que me banhando a alma, purificam-me os pensamentos.
Apaixonada pela noite sinto-a entrar pela janela da madrugada com um manto tecido em palavras e estrelas, para aquecer-me com rimas e versos.

De amores com a chuva vejo-a cair dos olhos das nuvens, correr pelos beirais das moradias como lágrimas do céu e ensopar meus sentimentos com palavras de consolo para eu repartir.

Emocionada com o ritual pomposo do sol ao se deitar no seu berço do horizonte, protegido pelo cortinado rubro-dourado do crepúsculo, rezo contrita palavras de agradecimento à beleza.
Feliz com o barulho dos homens obreiros, nas mais simples ou destacadas posições cunho palavras de respeito na admiração por meus semelhantes.

 
E abraçada com a poesia danço a ciranda dos dias cantando as palavras em modas de Esperança tiradas do meu verde coração. 
Fantasias
Ai, desejo de alar meus sonhos
Voejar...voejar...voejar...voejar
Em doce mágico voo de poesia.

Brincar no balanço das nuvens
Com meus anjinhos cacheados
Na inocência - meninice poeta.

Banhar-me nas cascatas da lua
Secar em bordados de estrelas
Os olhos inundados de mundo.

Assistir à  azuleza do universo
Imaculada de tristeza e pesares
E entoar um belo hino ao amor.
Fazer o que se gosta é um prazer com recibo autenticado na autoestima.

Nenhum comentário:

Postar um comentário