sábado, 10 de setembro de 2011

Texto da acadêmica Wilma Cunha

A língua do Ceará

Acadêmica Wilma Cunha

 
 
 
Quem Disse?

Que o sonho acabou...
Se as horas tão pequenas
São como rimas  amenas
Do poema  de viver
O sol se levanta cedinho
Para reinar nesse mundo
Dourando o amor profundo
Ama, dá-te a conhecer.
 
Escuta com fé teu desejo
Ser feliz   na alegria
Nunca foi a utopia
O choro  é triste demais.
Abra teus olhos molhados
Como chuva nos telhados
Despejando   tantos ais.
Vê ao lado o semelhante
Que deixaste tão distante
Ensimesmado contigo.
Destranca as  tuas janelas
E deixa entrar por ela
O  Amor bom  e  amigo.
         
Lembro-me com saudade, quando peguei o trivial e me mandei pro Ceará, a bem dizer Fortaleza. Delícia de decisão. Com gosto de água de coco.
Em cada canto do paraíso, parece que a  inspiradora do escritor indianista, espreita e acolhe.
Iracema, a dona do rincão abençoado por direito. A linda musa, virgem dos lábios de mel, de cabelos longos como as folhas da palmeira e da cor das asas da graúna.
Martin Soares Moreno teve a graça de amar a deusa indígena e se perpetuar em Moacir, fruto daquele amor demais.
Com o pé fora de casa, quero saber o que posso sobre a terra e as gentes do lugar.
É a ânsia de quem escreve, historicamente insatisfeito, com o seu conhecimento.
Tempo ruim? No Ceará num tem disso não, tem disso não, tem não.
Eta povo danado de porreta.
Estado abençoado, berço de José de Alencar, Padre Cícero, Bezerra de Menezes, Dom Hélder Câmara, Rachel de Queiroz, Chico Anísio , Fagner, no meio de muitas estrelas das artes, renomados representantes do povo, cada um à sua moda somando valores à redenção do nordeste.
É bom passado ficar de flozô, juntar os bregueços, pegar um jeito abestado, abuletar-se no avião, leso e tá cum a mulesta  pro que der e vier.
Quem precisa ser avexado  na terra dos alencarinos, comandada pelo galeguim dozóiazul.
Que coisa boa fechar a fela da gaita da televisão, esquecer os cibazol da vida, os esparrentos, as cunhãs e ficar arriada pelo Ceará.
A brisa acariciante com cheiro de mar balançando as folhas da carnaúba, parece um Zé-tatá com ligação direta do céu.
Me solta que não sou rola, me deixa no leriado pra esquecer o lundu e me descobrir lustrosa de alegria.
Ninguém escapa de ser isgalamido  no Ceará.
Vixe! Estive em tempo de inguiar com tanta sustança no sarrabulho. Baião de dois, moqueca, cafofa, jirimum, mucunzá, lamdedor, capitãozinho, macaxeira, doce gelado, dindim, mariola e etc e tal.
Bagana, vi não sinhô. Povo porreta de vera.
Galalau, corró, batoré, balsero, baiacu, caritó, curisco, todos têm a graça da raça com mistura de holandês. Os bruguelo então..
Amei  Fortaleza de ruma e no divertimento sem hora, deu pena o entojo da companheira de viagem.
No grupo não embarcou: baba-ovo, barriga-branca, nem metido a miolo de pote.
Ainda bem. Ficamos livres da caruara.
Só um carne de tetéu.
Balançamos o esqueleto no xenhenhém  até ficar tronchos sem torando prego por causa de quem ficou.
Praquelas bandas,  é perder tempo procurar muié sem califon nas praias.
Nem catemba ou baitola gosta de se amostrá.
O Ceará é uma quintchura e por uma peinha de nada quase fico por lá.
Borimbora..
Avie ômi, vai tu também e reviverá.
Avie Maria, e tem xente que se acha sabedor de tudo. E pió,  cum tenência pra dominar.
Inclusive o português. Ou...... brasileiro. Quem sabe.... o cearês.
Eu, hein!
“Só deixo o meu Cariri, no último pau-de- arara”

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