sexta-feira, 29 de julho de 2011

O Ofício das Palavras


O Ofício das Palavras
Vilma Cunha Duarte
As paixões  diferem das formas mais impensadas e irreverentes. Mimo da bondade de Deus  criando a universalidade dos seres. Noves fora,   casos de ligações  entre  pessoas, outras paixões dão panos pra manga e  asas à imaginação.
Tem gente, que  gosta mais de coisa que de gente.
De carro, por exemplo.  Há paixões arrebatadoras, caríssimas e folclóricas pela máquina cobiçada.
Alguns curtem, cuidam, amam  e preferem  bichos.  De toda raça, cor e tamanho.
Conheço uma  “cãomaníaca,” (tem 12 em casa)  que defende o mote: bicho retribui amor.
   um outro perguntou-me e respondeu na reprise: “Sabe por que o cachorro é o maior amigo do homem?  Ele não conhece dinheiro”.
Tudo isso faz a diferença de ser humano. Mais ou menos com a mesma forma, somos  um quase infinito de contrastes. E nessa  confusão no pensar e agir, podemos inclusive nos dar muito bem uns com os outros.
Principalmente, se sentimos amor que não tem preço e  nem pede troco. Amor lindo de amar sem sofrer.
Amor fantasiado dá um trabalho... desses que um inventa pro outro sentir, e depois acaba sumindo na projeção do  impossível.
No exame de consciência de costume,  assisto ao  florescer-me de humanidade.
Vejo-me com lentes de lupa, das limitações ao que é bom  tentando, dia após dia,  equilibrar-me no trapézio desafiante do viver.
Sinto  lindamente no peito, que gente é muito mais importante que coisa, sem cobrança e julgamento.
Isenta de santidade ou pieguice,  morro  escoteira do amor.Com  conhecimento de causa. Vivi um daqueles de explodir as emoções em poesia.
Ainda tenho paixões...
Dizem que elas não são duradouras. Mentira pura dos rotuladores de gente. Como se alguém  coubesse  nos padrões dos “sabidos” desse mundo.
Encantei-me pelas palavras ao aprender a  falar e apaixonei-me perdidamente por elas, quando aprendi a escrever.
Hoje, ferramentas do meu ofício,  são escolhidas  a dedo, para não ferir quem as procura.
Tem tanta palavra ruim, saindo amarga do fígado, escorrendo boca afora, como alvo envenenado.
Ou então escrita com fel, sangue, descrença para vampirar  sensacionalismo  e vender  a angústia coletiva. Gosto delas, não.
Meu dicionário é cor-de-rosa e o grosso dos verbetes têm raízes de esperança.
Acredito piamente, que o anúncio da boa-nova pode ajudar muita gente a melhorar de ser triste e até do complexo infiel, que ser brasileiro não dá.
Meu Brasil dos quatro cantos se achega  aqui em casa, de bem  com as boas palavras, que moram no templo do meu coração.
                                   Assim:
“Você não conseguiu ser mãe biológica, mas tem espalhado palavras tão belas, que de certa maneira a vemos como mãe de todos nós, que nos tornamos melhores em sentimentos refletindo sobre o amor que as suas mensagens trazem”. Obrigada. M. P.
 Imagina,  se vou palavrear  desamor.

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